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quinta-feira, dezembro 5, 2024
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Coxa esquerda

Caso clínico

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Membro titular da SBOT, SBRATE e SBOP Ortopedista do Esporte do HC-UFMG, Hospital Biocor e Clínica Sportif

Trata-se de paciente de 30 anos de idade, competidor profissional de esqui aquático. Sofreu dor súbita e incapacitante na face posterior da coxa esquerda durante manobra no esporte. Seguiu aparecimento de equimose extensa na face posterior do membro. Sem déficits neurológicos associados.
A ressonância magnética demonstrou descontinuidade completa das inserções tendíneas conjuntas de cabeça
longa do bíceps femoral, semitendíneo e semimembranoso no túber isquiático com retração aproximada de 2 cm.
Conduta conservadora ou cirúrgica? Utiliza anti-inflamatório (por qual período)? Utiliza algum método biológico para estimular a cicatrização? Quando iniciar fisioterapia e quais as orientações médicas? Qual a estimativa e os critérios para retorno ao esporte?

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Ortopedia e Traumatologia | Especialista Cirurgia do Pé e Tornozelo Especialista em Medicina Esportiva

Lesões IT são as mais comuns no esporte, porém, a avulsão proximal corresponde a apenas 12%. Ocorre nos
esportes com movimentos balísticos. Normalmente por trauma indireto, contração excêntrica como resultado de
hiperflexão súbita do quadril, com o joelho em extensão. Cirurgia na retração > 2cm, o tratamento conservador
leva um déficit de força e 30% não retornam ao nível pré lesão. AINE até 3 dias. Operar antes de 15 dias para diminuir a atrofia, encurtamento muscular e aderências. Na cirurgia faz a reinserção do tendão avulsionado com
1-2 ancoras. Utilizo o PRP. Fisioterapia com mobilidade precoce, progride com exercícios isométrico evoluindo
com fortalecimento em cadeia cinética fechada e preventivo excêntrico. RTP variando de 3-6meses, como critérios: atleta totalmente assintomático realizando todos os gestuais do esporte sem limitação; teste isocinético e Nordbord, além de avaliações clínicas: Single hamstrings bridge test, Hop tests, Y test.

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Médico do esporte do Minas Tênis Clube | Medicina do Esporte Hospital Mater Dei Ortopedia e Traumatologia Instituto Orizonti e Hospital Universitário Ciências Médicas

Nesses casos de rupturas proximais completa dos isquiotibiais, com retração muscular de 2 centímetros ou
mais, em atleta profissional, eu indico o tratamento cirúrgico. Realizo o reparo com âncoras e fios inabsorvíveis.
Nas duas primeiras semanas de pós operatório recomendo o uso de muletas, sem apoio e órtese em semi-flexão
do joelho. A carga total é permitida a partir da 4ª semana. Para o controle da dor, opto pelo uso de analgésicos e
não utilizo terapias biológicas, como o PRP. A fisioterapia deve ser iniciada precocemente e intensificada de forma
gradativa. A previsão de retorno ao esporte é em torno de 4 meses e os critérios avaliados são ausência de dor,
restauração da força muscular (através do teste isocinético) e da ADM, além da capacidade do atleta em executar gestos esportivos específicos da modalidade.

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Coordenador da Residência de Ortopedia/Mário Palmério – Hospital Universitário (Uberaba/ MG)/ Especialista em Ortopedia e Traumatologia, Cirurgia do Joelho e Medicina Esportiva/ Membro da SBOT, SBCJ, SBRATE e SBMEE/ Mestrado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Trata-se de um caso de atleta profissional com lesão na origem dos isquiotibiais, classificada como Munique
4. Na fase aguda do trauma indicam-se medidas para controle da dor e do edema local, como o uso de anti-inflamatórios (por no máximo 72 horas após o trauma) e a crioterapia. O tratamento definitivo deve ser realizado nas
primeiras duas semanas e, de acordo com a demanda do atleta, a topografia e a morfologia da lesão indica tratamento cirúrgico, através da reinserção óssea da musculatura com o uso de âncoras. A fisioterapia é iniciada logo na primeira semana após a cirurgia, porém com carga ao solo e amplitude de movimento controlados até a quarta
semana. A suplementação nutricional é mandatória. O retorno ao esporte em alta performance depende de critérios clínicos, funcionais e psicológicos satisfatórios, e ocorre em média 5 a 6 meses após o procedimento cirúrgico.

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