OBJETIVO:
Avaliar os resultados funcionais de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico artroscópico para ressalto de escápula. Métodos Estudo retrospectivo de 11 pacientes submetidos a artroscopia escapulotorácica para tratamento de ressalto de escápula. Foram incluídos no estudo pacientes com diagnóstico de ressalto de escápula que não apresentaram melhoria da dor com tratamento fisioterápico por no mínimo seis meses. Os
pacientes foram avaliados pelo escore de Dash, UCLA, pela classificação visual analógica de dor (EVA) e pelo Short-Form 36 (SF36).
RESULTADOS:
A média de idade na cirurgia foi de 38,4 anos (21 a 48). O tempo médio de sintomas antes da cirurgia foi de 2,8 anos (variação de seis meses a seis anos). O seguimento médio foi de 12 meses (variação de 6,4 a 28). A média dos escores pós-operatórios foi de 7,8 pontos no Dash; 1,5 ponto no EVA, dez casos (90%) de dores leves e um caso (10%) de dores moderadas; 32 pontos no UCLA e 79,47 pontos no SF-36.
CONCLUSÃO:
A abordagem artroscópica para tratamento de ressalto de escápula apresenta excelentes resultados funcionais.
COMENTÁRIO:
No nosso dia a dia da prática ortopédica as lesões da cintura escapular figuram entre as mais frequentes, não dificultando o diagnóstico nem mesmo para o ortopedista geral, como ocorre com as lesões do manguito, capsulites e maioria dos casos de instabilidade glenoumeral.Todavia, patologias escápulotorácicas podem ser facilmente negligenciadas, não diagnosticadas e, consequentemente, tratadas de maneira inadequada, podendo serem confundidas com fibromialgias, algias da coluna cervicotorácica etc.
A escápula em ressalto (snapping escapula) não é tão rara quanto parece, devendo sempre ser lembrada nesses casos de algias dorsais. As muitas causas devem ser identificadas (bursites, discinesia escapular, tumores etc) para merecer um tratado específico. Somente casos não responsivos ao tratamento conservador é que são levados à cirurgia. A opção cirúrgica endoscópica, como a mostrada pelos autores, é uma excelente alternativa pela baixa agressividade e rápida recuperação. Mostram o passo a passo da técnica cirúrgica, com dicas para se evitar complicações. Vale a leitura.